terça-feira, 20 de maio de 2008

Misterioso e Fantasioso



Esta escultura, que se encontra na Catedral de Salamanca, conhecida como "o Astronauta de Salamanca" chegou-me nos últimos tempos de várias formas: em postal, apresentação powerpoint, páginas web, etc. As mesmas sempre acompanhadas de espanto e de “profundas” opiniões, qual delas a mais extraordinária: "É com certeza um extraterrestre com o qual tiveram contacto", "foi um visionário, a modos de Júlio Verne ou Leonardo Da Vinci", "foi alguém que viu o futuro nos anais ocultos da natureza", etc.
Se é certo que o que desconhecemos da História é mais do que aquilo que conhecemos, tão pouco há que deixar que a fantasia preencha esse vazio, pois é por muitas vezes haver pouco rigor na análise da História que leva a que os ortodoxos historiadores desacreditem outras leituras da evolução da humanidade.
Foi então que pesquisei procurando encontrar uma explicação fundamentada para tão curioso "astronauta" e não necessitou de grande investigação para que encontrasse algo tão simples, embora não menos curioso: Em 1993 realizou-se uma exposição em Salamanca denominada "Edades del Hombre" e decidiu-se restaurar a Porta de Ramos da Catedral que se encontrava bastante danificada e os canteiros decidiram inserir um símbolo da modernidade colocando um astronauta.
Se é cómica toda a especulação à volta deste facto, a intervenção feita na catedral, no entanto, já me parece trágica. Parece-me de uma falta de bom senso e sensibilidade adulterar-se um monumento que marca uma época, uma mentalidade e um estilo artístico e arquitectónico.

1 comentário:

Richard Hermeticum disse...

Confesso que já li alguns livros sobre "Astronautas na Antiguidade", nomeadamente os livros do Erich von Daniken e do Zecharia Sitchin e realmente é impressionante como é possivel pegar em informação válida e deduzir as maiores aberrações possiveis.
Acho que no meio de todas estas teorias, devemos procurar sempre a verdade; mas quando a verdade não está ao nosso alcance (pelo menos no imediato), devemos ser prudentes e encarar todas as teorias pela sua probabilidade de serem verdades.
Dizia o pai do Sherlock Holmes: "Devemos descartar sempre os cenários impossiveis, mas depois, por mais improvavel que um cenário seja, devemos considerá-lo como possivel."
É este Mistério que a vida nos coloca que nos faz, em ultima instancia, ter vontade de viver.