
Tal como todos os nossos irmãos vegetais e animais sabem aproveitar essa energia e renovarem-se em novas criações, também nós saibamos recolher esses raios divinos nos nossos corações e façamos florescer os mais belos ideais.
Esta escultura, que se encontra na Catedral de Salamanca, conhecida como "o Astronauta de Salamanca" chegou-me nos últimos tempos de várias formas: em postal, apresentação powerpoint, páginas web, etc. As mesmas sempre acompanhadas de espanto e de “profundas” opiniões, qual delas a mais extraordinária: "É com certeza um extraterrestre com o qual tiveram contacto", "foi um visionário, a modos de Júlio Verne ou Leonardo Da Vinci", "foi alguém que viu o futuro nos anais ocultos da natureza", etc.
Se é certo que o que desconhecemos da História é mais do que aquilo que conhecemos, tão pouco há que deixar que a fantasia preencha esse vazio, pois é por muitas vezes haver pouco rigor na análise da História que leva a que os ortodoxos historiadores desacreditem outras leituras da evolução da humanidade.
Foi então que pesquisei procurando encontrar uma explicação fundamentada para tão curioso "astronauta" e não necessitou de grande investigação para que encontrasse algo tão simples, embora não menos curioso: Em 1993 realizou-se uma exposição em Salamanca denominada "Edades del Hombre" e decidiu-se restaurar a Porta de Ramos da Catedral que se encontrava bastante danificada e os canteiros decidiram inserir um símbolo da modernidade colocando um astronauta.
Se é cómica toda a especulação à volta deste facto, a intervenção feita na catedral, no entanto, já me parece trágica. Parece-me de uma falta de bom senso e sensibilidade adulterar-se um monumento que marca uma época, uma mentalidade e um estilo artístico e arquitectónico.